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Translúcido e Transformador
Fernando Severo
Há um bom tempo as manifestações artísticas que
utilizam suportes audiovisuais vem obtendo crescente destaque no
circuito das artes plásticas. Simultaneamente aumenta o contato do
público com essa vertente, através das alternativas cada vez mais
diversificadas de circulação e exibição dos trabalhos, via internet
e outros meios de difusão.
Embora o Paraná ocupe um lugar relevante no
panorama das artes visuais brasileiras, costumam ser tímidas nossas
incursões nas modalidades de videoarte, vidoinstalação e linguagens
congêneres, geralmente exercitadas por artistas que em sua origem
cultivam outras formas de expressão artística, em transição
temporária ou experimentação passageira.
“Translúcido - Imagens e Movimentos de Arthur Tuoto
e João Krefer” tem importância histórica por ser a primeira
exposição sediada no MON - hoje um centro irradiador de arte e
cultura de indiscutível importância - a partir do trabalho de
artistas locais que tem no meio audiovisual sua forma de criação
primordial, embora dialoguem com fluência com outras áreas e
incursionem pelo terreno da fotografia e da instalação. Krefer e
Tuoto são os primeiros realizadores paranaenses a construir um
conjunto de obras desse gênero, que são selecionadas e exibidas
regularmente pelo circuito dos festivais, mostras e salões de arte no
país e no exterior. É uma obra que faz uso de um criativo repertório
de procedimentos, dispositivos e hibridismos de linguagem e suportes
técnicos, que lhes tem valido elogios da crítica e premiações aqui
e lá fora. Pertencem também à primeira geração oriunda das
escolas de cinema que recentemente se instalaram no Paraná e
impactaram nosso panorama audiovisual, como a AIC-Academia
Internacional de Cinema, que Tuoto iniciou em Curitiba e concluiu em
São Paulo, e a Cinetvpr, ligada à FAP-Faculdade de Artes do Paraná,
da qual Krefer é um dos expoentes.
Ao centrar seu foco curatorial na obra desses dois
jovens artistas, o Museu da Imagem e do Som do Paraná ambiciona entrar
em sintonia com novos conceitos museológicos, que ultrapassam a mera
catalogação e conservação de acervos audiovisuais. Nessa promissora
parceria com o MON, o MIS busca estimular a renovação dos
repertórios críticos, incentivar o surgimento de novos realizadores e
ajudar a expandir as fronteiras criativas das artes visuais, num
processo compartilhado com o público através das novas tecnologias
de som e imagem e da ocupação dos melhores espaços expositivos.
Fernando Severo
Cineasta e Diretor do Museu da Imagem e do Som do Paraná
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No
teu gesto mais frágil há coisas que me encerram, ou que eu não ouso
tocar porque estão demasia
In
your most frail gesture are
things which enclose me, or which I cannot touch because they are too
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